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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Polo de Jeans em Campo Maior tem 30 indústrias que contratam 300 pessoas



Com nove anos de existência, pequenas indústrias de moda casual encontraram no jeans a sua força e criaram em Campo Maior (82 km de Teresina) um polo de moda que produz por mês 24.700 peças e dá trabalho para 350 empregados.

São 30 fábricas de jeans que exportam para todos os municípios do Piauí, para o Maranhão, Pará e Tocantins. Uma delas, a Gugê, que começou a trabalhar com jeans em 2006, chegou a Brasília com uma loja própria aberta por uma irmã da estilista e proprietária da marca, Alberina Fernandes Rocha.  

O negócio cresceu de tal forma que Campo Maior tem uma rua, a Emídio Lima, no centro da cidade, especializada em jeans com nove fábricas e lojas, que empregam 200 funcionários. São grifes com nomes como Via Corpus, Bonequinha de Luxo, Fio Leve, Miniatura e Pérola Pink vendendo jeans para mulheres, homens e crianças.

O movimento é grande. Clientes passam de um lado para o outro com sacolas à busca do que está na moda e o que podem oferecer de novidade para seus clientes em um segmento em que o novidadeiro é um capital importante para alavancar as vendas.

Concludente do curso de Moda em Teresina, Zulmira Rodrigues Alencar e sua irmã Walquíria Rodrigues Alencar, criaram em 1992 uma fábrica de produção de moda íntima,a Delirius, que durou um ano. Em seguida, as duas irmãs começaram a produzir com moda casual, a BK, mas em 1996, criaram a Via Corpus, hoje uma empresa que produz 11 mil peças de jeans por mês e emprega 76 funcionários.

"Realizei meu sonho. Começamos sem nenhuma experiência, com capital zero. Hoje só no corte de linha (pessoas que retiram as linhas que sobram nas peças de jeans) trabalham de 10 a 15 pessoas", afirmou Zumira Rodrigues Alencar, informando que o novo projeto da empresa é abrir uma lavanderia de jeans para as peças das grifes,mas um serviço para as outras fábricas. 

Iracema Cordeiro dos Santos, de 82 anos, mora na Rua Emídio Lima em uma casa no meio das fábricas e lojas de jeans e está integrada à cadeia produtiva tirando os fios que sobram nas calças e outras peças de jeans. Ela fica na porta da casa trabalhando com uma pequena tesoura. Ganha uma média de R$ 300 por mês e se orgulha de fazer o trabalho bem feito sem necessidade de óculos. 

"Eu só fico triste quando é tarde de sábado ou domingo quando as lojas e fábricas estão fechadas. Eu fico animada por ver tanta gente ir e vir e conseguir trabalho", falou Iracema Cordeiro dos Santos.
Para reduzir os custos, três empresas da Rua Emídio Lima resolveram produzir 'eans para crianças moda casul na mesma fábrica, que emprega 15 pessoas.
"Não tem concorrência porque divido a fábrica com meu sobrinho e minha filha", falou Rosa Alencar Teixeira, de 57 anos, uma zeladora de escola estadual de Campo Maior que abriu uma fábrica de jeans para crianças em setembro do ano passado e produz 550 peças por mês, vendidas para o Piauí, Maranhão e Ceará. 

"A vantagem é que dividimos os custos de água e luz. E não tem esse problema de concorrência porque as donas das outras empresas são minha tia e minha prima", falou Isaías Alencar de Oliveira, de 39 anos, que tentou trabalhar em São Paulo e agora oferece empregos em sua indústria em Campo Maior ao lado da família.
"Minhas irmãs começaram a trabalhar com jeans e diversificamos a produção para atender a todos os segmentos de consumidores", disse Vinicius Teixeira, que fabrica jeans para homens e mulheres desde 2007, quando começu com seis funcionários e produzindo 400 peças por mês.

Dois anos depois, Vinicius Teixeira está produzindo 2.600 peças mensais com 22 empregados. "Vamos agora ampliar a produção para 5 mil peças mensais e aumentar para 36 pessoas o nosso quadro de pessoal", falou Teixeira.

"Estamos conquistando mercados como os do Piauí, Maranhão, Pará e Brasília porque oferecemos qualidade. As nossas clientes querem um jeans limpo, que veste bem. Acho que Campo Maior é uma referência na moda porque nos empenhamos no que estamos fazendo, trabalhando com vontade", declarou Alberina Fernandes Rocha, proprietária da Gugê Jeans, que começou em 2000 produzindo 10 peças por dia e hoje tem 45 funcionários, produz 7 mil peças mensais e está prestes a inaugurar a nova fábrica com 900 metros quadrados de área construída. Efrém Ribeiro/meionorte.









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