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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Homenagem a minha mãe Francisca Nunes de Macêdo

HOMENAGEM A NOSSA MÃE FRANCISCA NUNES DE MACÊDO

08/12/1930 – 14/07/2022
Uma mãe jamais deveria pedir perdão aos filhos, mas os filhos deveriam pedir perdão a sua mãe todos os dias. Mesmo uma mãe amando pouco é muito e por mais que os filhos amem sua mãe, é pouco.
91 anos. Prestes a completar 92 no dia de Nossa Senhora Imaculada Conceição. Muito frágil mentalmente, mas de uma força sobrenatural, superou muitas dificuldades. Incompreendida por muitas pessoas, devido sua mudança repentina de humor que a levava a falar o que lhe chegava por impulso, porém, sem maldade alguma, pois logo, era esquecido; não sentia ódio por ninguém. Ela falava, mas não sabia o que dizia. Seu coração era puro, cheio de boas intenções. Era difícil entender as mudanças bruscas de humor de nossa mãe. Esta sua única doença.
Ela teve poucas, mas boas amigas, que aprenderam a gostar dela verdadeiramente. E, para citar uma, aqui representando as demais - dona Dilosa Pereira foi uma grande e importante amiga, que esteve presente em todos os momentos de nossa vida. Quando minha mãe adoecia, era a ela a quem recorríamos; quando a mamãe estava sozinha em casa, era dona Dilosa quem lhe levava lanche, caldo e um pouco de conforto espiritual. Dona Dilosa fazia nossa alegria na hora do café da tarde. Enquanto pôde sair de casa, era visita constante e com quem compartilhávamos café, beiju e prosa. Tudo tão inocente; tanto uma como a outra, conhecia pouco do mundo lá fora, das maldades e frivolidades. Nossa eterna gratidão a dona Dilosa.
Nossa mãe chegou aos 91 e mesmo moribunda, no hospital, a médica falou: o pulmão da sua mãe é bom; o coração, a pressão estão todos bons.
Nossa mãe prostrou- se muito cedo; quando ainda em atividade, resolveu não andar mais, depois acamou-se e as consequências foram inevitáveis.
Nunca foi fácil convencer nossa mãe de qualquer coisa; a decisão e a vontade eram dela, não importava a consequência.
Muito trabalhadora, nossa mãe criou os filhos e lutou todos os dias pelo seu sustento, enquanto nosso Pai se aventurava pelas firmas a fora.
Muito prática, ela fazia render cada centavo que ganhava com seu trabalho árduo em uma pensão. Comprar fiado, não era para ela e todo ganho era controlado para durar um mês, mesmo que faltasse um pouco no final. Não tínhamos luxo, mas comida nunca faltava na mesa.
Quando criança, contávamos com a ajuda do nosso avô materno João Brígida, que vinha do Calengue para a feira, na segunda. Quando o avistávamos descendo do carro, no domingo à noite, nosso coração se alegrava, pois ele trazia muita alegria e cestos cheios de legumes e frutas do interior. Muito preocupado com nossa mãe, vinha sempre nos oferecer conforto material e espiritual.
Assim foram muitos anos de trabalho, lutas, superações. Nossa mãe saía pouco de casa, divertia- se raramente. Ia a missa aos domingos e ao Sandu, quase todos os dias. Exames laboratoriais, fazia todos os meses. Controlava todas as taxas de glicemia e outras, como controlava o dinheiro.
Aos 60 anos resolveu por conta própria fazer uma dieta, desde então cortara de seu cardápio, tudo que fosse carboidratos, carnes vermelhas e gordura. Passou a comer somente galinha caipira. Podiam lhe oferecer a melhor comida e a sobremesa mais saborosa que ela dizia, não, não podia. E se uma pessoa próxima adoecesse, logo, ela adoecia, na sua imaginação; e no outro dia estava no Sandu, para as consultas e exames.
Para nossa alegria, ela nunca adoeceu. Nem mesmo na pandemia, ela se abateu. Nunca nos afastamos dela, pois sabíamos que com ou sem o vírus, os seus dias estavam em contagem regressiva e não queríamos que ela se privasse da nossa presença, ao contrário, que, aproveitasse o máximo os filhos, os netos. A pandemia, ao invés de nos distanciar dela, nos aproximou mais, sempre tomando todos os cuidados necessários para não adoecê-la.
Nos últimos anos, já prostrada, apareceram muitos anjos na forma de enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, fonoaudióloga, ministra da eucaristia e cuidadoras. Nosso muito obrigada a todos, que Deus os abençoe e lhes dê vida em abundância.
Obrigada Gerlane, Cássia - por ter sido tão carinhosa com mamãe, dona Maria - um ser iluminado, rezava muito, Marlúcia que lhe levava a hóstia e fez a recomendação final, e, por fim Dr. Lucas, graças a ele, minha mãe recebeu a extrema unção no hospital e, duas missas foram rezadas na intenção da alma dela, no dia do seu falecimento e sepultamento, pelo Monsenhor Edvandro – outro anjo, que apareceu na última hora.
Nossa mãe, FRANCISCA teve uma vida de sacrifícios e privações, mas foi muito dedicada a casa, aos filhos e, sem o saber, ensinou-nos com o seu exemplo - trabalhadora incansável, fiel aos princípios morais; muito dura na maioria das vezes, mas firme, nos seus princípios. Tudo o que somos, devemos a ela. Seremos gratos eternamente.
Obrigada a todos os amigos pela mensagens, orações, terços, solidariedade e presenças aqui, na missa de sétimo dia (21/07).
Lembranças eternas de Seus filhos: Luselene, Osvaldo, Fransquinha e Graças Macêdo; netos: Cristino Neto (que a carregava no colo), João Filho, Domingos Neto e, Olga Maria e, nora Quinha (se gostavam muito) e genro-sobrinho João Elias, quase filho e Edmilson.