Deputado Federal Elizeu Aguiar-PTB-PI faz discurso em plenária sobre a Batalha do Jenipapo:
"Os versos do poema “Cemitérios” de Drummond homenageia a “Batalha do Jenipapo”, lamentavelmente esquecida nos livros de História do Brasil. Felizmente, o Brasil já está reconhecendo que é impossível silenciar o herói nordestino.
Ao contrário do Centro-sul, que prontamente aderiu à Declaração de Independência de D.Pedro I, a parte setentrional da América Portuguesa precisou ser conquistada com sacrifício de sangue. A Batalha do Jenipapo e a campanha baiana foram demonstrações notáveis da determinação do povo nordestino.
A Batalha foi travada em 13 de março de 1823, no município de Campo Maior, às margens do Riacho Jenipapo, há poucos quilômetros do que é hoje a Região Metropolitana de Teresina. As tropas portuguesas leais à coroa enfrentaram um exercício improvisado composto por vaqueiros e lavadores desmetidos, que garantiram com suas vidas a independência do Piauí.
O ataque das tropas portuguesas, chefiadas pelo Comandante Militar português João José da Cunha Fidié, foi motivado pela declaração de independência do Piauí em 24 de janeiro de 1823, em Oeiras.
O Comandante português reuniu cerca de mil e cem soldados, bem armados, munidos de cavalaria e artilheria, com o propósito de recuperar o Piauí como colônia portuguesa. Contudo, não esperava pela resistência organizada pelo Alferes Leonardo das Dores Castelo Branco, que arregimentou aproximadamente dois mil piauienses e cearenses. Esses homens não tinham treinamento militar e estavam armados apenas com paus, pedras, espingardas usadas, armas brancas. Entretanto, já eram impelidos em suas almas pelo sentimento de liberdade.
Os patriotas resistiram durante cinco horas de fuzilaria, sob sol inclemente, resultando na morte de aproximadamente 200 a 400 brasileiros. Estima-se que cerca de 80 soldados portugueses foram mortos. Nesta Batalha não houve vencedores, uma vez que ambos os exércitos se retiraram do campo esgotados. Contudo, os heróis do Jenipapo contribuíram decisivamente para a vitória da Guerra da Independência pelos piauienses.
Em 31 de julho de 1823, o Comandante Fidié e suas tropas foram cercados e derrotados por piauienses, cearenses e maranhenses. Estava consolidada a unidade nacional e frustrada a pretensão portuguesa de manter uma colônia ao norte do país.
O Brasil há de reescrever a sua história, fazendo justiça aos heróis nordestinos. Juntamente com o Governador Wellington Dias, tenho certeza que os membros desta casa lutarão pela memória da Batalha do Jenipapo. A afirmação da cultura e da história nordestina engrandecem o povo brasileiro.
Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado." (acessecampomaior).
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