Metade
dos solos agricultáveis no planeta está degrada, segundo a Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O
custo com fertilizantes todo ano para repor os nutrientes perdidos com a
erosão dos solos é estimado entre 110 a 200 bilhões de dólares. A
revelação foi feita na manhã desta segunda-feira 27, pelo pesquisador
Luiz Fernando Leite, chefe geral da Embrapa Meio-Norte, na conferência
de abertura da IV Reunião Nordestina de Ciência do Solo (IVRNCS), em
Teresina.
Quatro
grandes desafios a serem vencidos pela ciência, foram os eixos da
conferência: aumento da demanda e mudanças no padrão de consumo;
desperdício de 30 % dos alimentos produzidos; falta de novas áreas
agricultáveis; e pressão sobre os recursos naturais. Do total de 30%
dos alimentos desperdiçados, segundo o cientista, 50% das perdas
acontecem no manuseio, 10% no próprio campo, 30% nas centrais de
abastecimentos e 10% nos supermercados.
Ele
alertou que até 2050 a previsão de demanda por alimentos aumentará em
até 70% em todo o mundo e 100% nos países em desenvolvimento. Mas o
pesquisador falou também com otimismo, destacando que os alimentos
saudáveis cresceram em 870% nos últimos 10 anos. “O consumo de frutas,
verduras e legumes entre os brasileiros cresceu em torno de 60%”,
destacou Leite, lembrando que a qualidade e quantidade de alimentos
dependem da saúde do solo.