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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A lenda Zan por Maria Luselene


Aproveitando alguns depoimentos de internautas para falar deste campomaiorense apaixonado, que retornou várias vezes a sua cidade natal, até fixar de vez sua última morada, como a maioria dos amigos e colegas, surpreendi-me com sua morte repentina, a qual não tive tempo de velar, por ter me ausentado exatamente no dia desta triste ocorrência. 

Eu o conheci quando do meu primeiro trabalho como blogueira, através das muitas mensagens enviadas por internautas de várias partes do país.Ele fazia questão de repetir que eu tinha sido a motivadora de sua volta para Campo Maior. Isso para mim era um elogio, pois ele se referia a forma como eu apresentava minha cidade para as pessoas de fora. 
Zan não voltou para se tornar famoso, poderoso, rico. Ele tivera inúmeras oportunidades de ser tudo isso, apenas pela sua inteligência contudo dispensara todas elas, para ser apenas Zan, o artista, filosófo, quem sabe? Sonhador não, porquanto a ele não interessava mudar e tampouco alcançar nada. Ter muito ou pouco, pouco lhe importava. Até desdenhava do muito que lhe ofereciam. Ele queria ter o bastante para viver em paz, fazer o que queria e gostava, que também era pouco, mas de uma grandeza enorme. 
Sabia escrever e defender suas idéias muito bem. Mas isso era pouco, ele precisava provocar, não polemizar, embora isso fosse inevitável, mas provocar simplesmente, uma reação, mudança, um aperfeiçoamento. 
Tudo que ele dizia ou escrevia, o fazia sem maldade, sem esperar recompensas ou reconhecimentos. Ele precisava apenas de um bom assunto para suas teses, para suas idéias, todas publicadas nos seus blogs ou defendidas no seu programa de rádio. 
Ele sabia o que fazia e o quanto isso o levaria à solidão. Mas se o homem Zan viveu momentos de solidão, o jornalista e radialista era admirado pela inteligência, pelos textos bem feitos e idéias bem defendidas. 
O cidadão Zan poderia ter vindo para a sua cidade e viver na mais harmoniosa simplilcidade, lendo, escrevendo peças teatrais ou editoriais para jornais ou ainda fazendo entrevistas e ser feliz. Porém, se ele desejou ser o Zan da juventude, sem se preocupar com o amanhã ele, o deixou de ser, quando, como pai, passou a ser um Zan preocupado e triste. 
Conforme alguns internautas comentaram, o Zan foi uma lenda; para conheçê-lo, precisaríamos nos reportar à varias épocas e conhecer sua trajetória de vida, seu desprezo pelo status social e seu apreço pela liberdade, simplicidade e verdade.
Para os amigos ele era: honesto, um grande cidadão, um gênio. 
Zan era muito crítico nos julgamentos de suas idéias , mas reconhecia que àqueles, a quem mais criticava, o tratavam com respeito. 
Zan veio para Campo Maior, viveu seus últimos anos aqui, mas não passou despercebido. Ele fez barulho, por isso será eternamente lembrado. 
Descanse em paz, Zeferino Alves Neto.