Evaldo Lopes estreia na literatura com seu livro "Meu Canto Maior", no qual "traça, com justo orgulho, a sua origem, fruto do amor de um bravo casal de cearenses, que, cumprindo a sina dos nordestinos, habitantes das terras calcinadas do sertão, premidos pelas adversidades do meio, partem em demanda de novos horizontes.Explica-se dessarte, o nascimento do poeta, que viu a luz do mundo em Campo Maior, no Estado do Piauí.Os seus versos não decorrem da irreflexão ou dos assomos próprios da juventude, eis que ele, depois de peregrinar por terras outras, atravessa a plenitude da maturidade, aquela fase da vida antecedente da "primavera da velhice", segundo a expressão de Lacassagne...a celebração do ambiente cosmotelúrico de Campo Maior constitui o tema central do poeta, apaixonado pelas estrelas da terra berço; as águas dos rios, particularmenter o Longá e o Parnaíba...A Serra da Barra Azul...A leitura dos versos de Evaldo Lopes revela o poeta que ele é, capaz de lapidar a pedra bruta e dela extrair diáfano que seduz." Impressões de Alberto José Tavares Vieira da Silva (Membro da Academia Maranhense de Letras), postadas na apresentação do livro.
Evaldo Lopes nasceu no dia 26 de agosto de 1954, em Campo Maior.Sexto filho de Francisco Moreira Lopes e Expedita Moreira Lopes. Bacharelado em Direito, atualmente exerce o cargo de Agente de Polícia Federal em São Luís do Maranhão. Trabalhou na década de 70 no 2ª Batalhão de engenharia e Construção (Batalhão Herois do Jenipapo) em Teresina. Além de poeta e cronista bissexto, é marçon, PX, filatelista, numismata e colecionador.Obras: "Meu Canto Maior", livro de poesias e "Crônicas Avulsas".
Canção a Campo Maior
Depois das andanças
em terras estranhas
Sem sentir o teu perfume
Sem pisar neste teu chão
Volto a te encontrar
Campo Maior querida
Cidade da minha paixão!
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Oh! Inesquecível cidade
- Clara aldeia brilhante -,
Antes de te abraçar
Contemplo o descortinar
Da imensidão dos campos verdes
Formando alcatifa
Onde pastam os bois, os cavalos,
As cabras, as ovelhas...
(esses entes tão pacíficos e tão nossos)
com seus chocalhos ao pescoço
Vão tilintando, tilintando...
Tangendo o silêncio
Que parece eterno.
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Ainda longe vislumbro
A paisagem azulina
Da Serra de Santo Antonio
que se debruça sobre
O carnaubal sem fim.
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Vivas, vivas...às carnaubeiras!
Implacáveis ao absoluto Tempo
Tão arraigadas ao solo
Almas gêmeas de todos nós
Guerreiras como os Herois
Do Jenipapo:
Esses paladinos
Que há século dormiram
sob lápides sem inscrição.
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Já no sacrossanto aconchego
Vem uma ave bem conterrânea
Dizer-me: bem-te-vi, bem-te-vi...
Como é bom voltar à minha terra chã!
E acordar ouvindo os cânticos dos galos
Que se propagam
Pelos quintais das manhãs.
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Depois vou mergulhar
Nas águas de saudades
Do Rio Longá
E no raiar
Dos dias orvalhados
Quero sorver o aroma
Das açucenas e dos bogaris.
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E quando o ventofrio fa noite
Trouxer de mansinho
O fascínio encantador do luar
Embalarei meus sonhos
Nas noites estreladas
Da minha eterna Campo Maior...
"Com o presente livro, Evaldo Lopes empreende seu regresso sentimental a Campo Maior...Feliz estreia, que assinala a revelação de um poeta, ao mesmo tempo em que proclama seu amor aos pagos natais, chama viva no coração de todos aqueles que sabem ser fieis às suas origens telúricas. Jomar Moraes (Membro da Academia Maranhense de Letras)".
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