*No museu de seu Zé Didor, na cidade de campo Maior no Estado do Piauí, existe um acerco que representa um grande patrimônio cultural da humanidade. Porém, ele conserva com dificuldade as raras peças históricas na antiga Estação Ferroviária que abandonada pelo poder público, foi o local ideal encontrado para guardar e expor ao público nacional e internacional seu acervo.
Durante uma manhã de conversa com aquele homem simples, amante da natureza, sua personalidade encanta pela simpatia, e além do mais, possui uma sabedoria impressionante, que colocaria muitos acadêmicos na poeira da estrada do conhecimento, no que se refere à história da arte no Nordeste.
Percebi no museólogo, que é conhecido internacionalmente, certa aflição por falta de apoio a sua causa. Com muito sacrifício, como guardião da passagem do tempo, mantém o museu funcionando e revelou que: “Tem hora que tenho vontade de vender tudo isso para colecionadores, pois não tenho apoio nenhum”.
O teto da Estação Ferroviária da Reffesa, local em que as peças estão guardadas está caindo aos pedaços, à porta de rolamento de entrada trava ao abrir, ou seja, são as piores condições para armazenamento de um acervo tão relevante para o patrimônio artístico e histórico cultural. Porém, com uma boa reforma, a velha Estação Ferroviária, tem plena condição de abrigar um espaço cultural de primeira linha, que atrairá mais pesquisadores e turistas do Brasil e de todo o mundo para o Piauí.
O acervo do campo-maiorense já foi citado diversas vezes em programas de televisão local e nacional, sobretudo, da Rede Globo, que encantou o repórter Maurício Kubrusly, e foi apresentado e mencionado no programa e no livro “Me leva Brasil”, do referido jornalista. Muitas relíquias que existem ali são de uma riqueza cultural de valor inestimável, pois testemunham formas de ser e de viver de gerações, ao longo dos séculos.
Diante de tantas peças raríssimas pude ver de perto: óculos estilo o de Machado de Assis, canetas antigas, algumas armas usadas durante a batalha do Jenipapo, violas, violões, todo tipo de arma antiga, uma chibata que era usada para açoitar escravos, o punhal usado por Lampião, um penico com 130 anos, entre outras inúmeras peças antigas. Lápides de túmulos de pessoas ilustres, que se perderam pelo tempo,... Além de arquivos raríssimos de processos sobre diversos crimes que ocorreram em séculos passados, constituindo uma riqueza para estudos de professores, pesquisadores, advogados, estudantes de direito, historiadores, entre outros profissionais.
Quero crer, que no Estado do Piauí ainda existam cidadãos sensíveis à preservação de bens materiais culturais, e espero que não deixem o desespero de seu Zé Didor, acabar com o sonho de preservar um tesouro histórico.
Zé Didor em mais uma matéreia para rede globo/TVclube. Passou na Globo NewsPiauienses de todos os cantos unam-se e defendam o seu patrimônio cultural, que testemunham os traços culturais de gerações passadas que contribuíram para a construção da identidade do jeito de ser piauiense.
*Lavonério Francisco de Lima é escritor (foto no começo da matéria)
Membro da Associação Nacional de Escritores- ANE -matéria veiculada no campomaioremfoco.
Membro da Associação Nacional de Escritores- ANE -matéria veiculada no campomaioremfoco.