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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Crônica por Sergio Emiliano

Aqui é Campo Maior.
Nessa tarde que ainda arde, o agosto chegou com ventos, poeira e um
céu azul inexplicável. Não chove há tempos e os clarões que ainda
vejo, são de foguetes anunciando mais um comício no Cariri.
Aqui é Campo Maior.
Com botecos sempre abertos, com barulho saindo pelas janelas dos
carros. Nunca ouço músicos tocando em suas esquinas e desconheço o que
seja um cinema com pipoca.
Fito a serra azul, escancarada para todos. Imagino um amor impossível
escondido por lá.  Quem sabe,  só as carnaúbas, um dia poderão me
revelar.
Ainda bem que a natureza não inventou um cofre para esconder o açude,
pois preciso dele para ter a certeza que serei também olhado e
iluminado.
Aqui é Campo Maior.
Mesmo com todos os corruptos e abandono, é nela que penso quando estou
para voltar. Não é linda como Paris e nem feia  como Bagdá.
Poderia ser chamada de Campo Belo, Campo Feliz ou Campo dos Sonhos.
Quando vezes não já sonhamos com ela? Há quantos anos existe a Bona
Primo sempre do mesmo jeito, apesar do tempo que passou?
Aqui é Campo Maior.
Morando na mesma rua, na mesma casa... Até parece que a minha infância
 nunca  acabou.
Aqui é Campo Maior.
 
Sergio Emiliano.
Agosto/2012.