Sábado, 14 de abril, o premiado e militante cultural Campomaiorense, Olavo Pereira da Silva, palestrou para um grupo de pessoas e autoridades no centro paroquial católico sobre o patrimônio histórico Campomaiorense.
Ao iniciar o evento o consagrado arquiteto falou sobre a terrível concepção positivista de progresso que é “Deixar o povo sem diversidades referencias, prevalecendo um elitismo restringente e que procura destruir tudo que seja ‘velho’ para dar lugar ao novo”. O positivismo é a mesma doutrina que impôs seu Lema (Ordem e Progresso) na bandeira nacional, fato ainda muito criticado, devido o símbolo nacional simbolizar todas as diversidades, assim não cabendo lema de nenhuma doutrina.
Para o estudioso “Cidades são pessoas, casas são livros”. Argumentou fazendo crítica aos poetas que muito louvam aspectos discursistas como a Batalhado jenipapo e açude, mas que pouco evidenciam o patrimônio histórico cultural edificado em suas poesias. Para ele “é preciso também fazer os tombamentos poéticos das construções existentes ou já demolidas, a ferrovia, ruas praças, e edificações outras”. O arquiteto especialista em urbanismo cultural disse ainda que é equivocada a lei municipal que manda preservar apenas as fachadas e com mais de 80 anos: “É como se o que construímos agora não detalhasse a época e o que adianta preservar só a fachada? Como ficariam essas construções sem a riqueza interna? Ficaríamos sem a essência de um tempo , moldados com suas diversidades. Isso invalida o discurso ou intenção de preservar” , sustentou Olavo, que é marido da atual superintendente do IPHAN-PI.
No evento cultural o presidente da ACALE, João Alves, resumiu dizendo que “O município precisará dar apoio logístico às ações de preservação. Para que Campo Maior também seja a Campo maior da recuperação e respeito ao patrimônio histórico”. Costumes são estruturas com fortes raízes, pois, quase concomitante ao evento tratores do poder público haviam desmontado trecho de um bem material histórico e logístico que é a ferrovia.
Ao finalizar o evento tribunou(falou) o prefeito municipal, Paulo Martins, que iniciou sua fala citando o fato de um fazendeiro de Campo Maior, José Luis Paz, está investindo na cultura de criação de gado “Pé-duro” para não deixar que a raça seja extinta e permaneça como patrimônio histórico e biológico da região. O gestor falou ainda sobre os 250 anos de Campo Maior: “O fato de estarmos celebrando nossos 250 anos, mais que nos credencia para assuntos e necessidades de preservação”, finalizou Paulo Martins.
A palestra foi organizada pela Academia Campomaiorense de Artes e Letras - ACALE, com apoio de lojas maçônicas, Lions Clube e Sol Clube e contou com a participação do ativista cultural, Joca Oeiras.Texto: Comissão organizadora/ACALE.
Dr. Olavo |