Campo Maior tem como padroeiro Santo Antônio de Pádua, o santo mais popular de todos os santos a quem são atribuídos inúmeros milagres. É considerado padroeiro dos amputados, dos animais, dos estéreis, dos barqueiros, dos idosos, das grávidas, dos pescadores, agricultores, viajantes e marinheiros; dos cavalos e burros; dos pobres e dos oprimidos; é invocado para achar coisas perdidas, para conceber filhos, para evitar naufrágios e para conseguir casamento.[15].
Em Campo Maior honra-se o santo Antônio com procissões, ainda com recitações e celebrações de terços, trezenas e missas durante 13 dias, na Catedral de Santo Antônio, igreja erguida em sua honra há 300 anos.
Durante os festejos do padroeiro, uma cidade cenográfica é montada, aproveitando as edificações já existentes nas praças Rui Barbosa, Bona Primo e do Rosário, como igrejas, casarões e praças, com a construção de quiosques e barracas temáticas feitas de madeira e palhas de carnaúba e, até de taipa, para a venda de produtos típicos da região, como comidas, artesanato e pequenas lembranças.
Fazem parte dos Festejos de Santo Antônio de Campo Maior, os leilões com jóias doadas por populares devotos ou não, cortejos de carroceiros, motoristas, vaqueiros homenagaeados nas trezenas e patrocinadores dos leilões, São 13 noites de trezenas e cada uma é representada por uma comunidade, bairro ou município convidado, por classes de trabalhadores, por mordomos, princesas e, este ano, príncipes.
Os festejos iniciam com uma profissão de abertura no último dia do mês de maio, termina no dia do falecimento do santo -13 de junho, com uma procissão, em que o povo carrega a imagem do santo em forma de agradecimento pelas graças recebidas, durante o ano e, festejos, na qual muitos pagadores de promessa manifestam sua fé, da forma como lhe fora prometido.
Santo Antônio foi um intelectual notável de sua época, um pregador e operador de milagres. Santo Antônio é venerado por cristão do mundo inteiro, mas é também o centro de rico folclore, honrado nas festas juninas e diversos costumes folclóricos estão ligados a ele.
Veja algumas curiosidades rigstradas sobre Santo Antônio
[13] Fernando Félix Lopes. Muitos são os relatos de milagres realizados pelo Santo na sua cidade natal, alguns dos quais ainda em vida, gozando do dom da bilocação, outros depois da morte. [Introduzir Relato de Milagres: Florinhas ou Ex-votos, p. 41] Ainda hoje, os devotos acreditam que no dia 13, depois da procissão, o Santo fará sempre um milagre e permanecem ali, de pé, concentrados à porta da sua Casa-Igreja, invocando-o com fé, a fim de serem beneficiados com alguma graça.
[15] Cf. Henrique Pinto Rema, Santo António de Lisboa. Ex-votos. Lisboa: Quetzal Editores 2003, p 34. O culto das Terças-Feiras Antonianas foi institucionalizado em 1616. Conta-se que um casal nobre de Bolonha, após 22 anos de casamento, conseguiu obter um filho por intercessão de Santo António. Um dia, Santo António terá visitado a senhora e sugeriu-lhe que visitasse, durante nove Terças-Feiras consecutivas, a sua imagem na igreja de São Francisco. No fim da novena, a senhora tornou-se mãe. O milagre divulgou-se e as novenas transformaram-se em trezenas de Terças-Feiras e, finalmente, em todas as Terças-Feiras do ano. Por razões de comodidade, nalguns lugares passaram este exercício de piedade para os domingos. Esta devoção pode incorporar vários elementos, consoante os lugares, podendo incluir a celebração da Eucaristia, um tempo de Adoração ao Santíssimo, a recitação do Terço Antoniano, a reza do responso e ladainha própria do Santo, o beijo da relíquia e a bênção com a mesma, etc. Desde 1763, a Igreja concede indulgências para todo o acto devocional das Terças-Feiras, durante uma adoração ao Santíssimo Sacramento.
e[16] O Pão de Santo António teve origem em Pádua, ainda no tempo da construção da Basílica. Conta-se que um menino, de 20 meses, caiu a um poço e afogou-se. A mãe aflita promete dar uma porção de trigo igual ao peso do menino aos pobres no caso de o Santo o ressuscitar. A senhora foi ouvida e cumpriu a promessa. Sendo nisso imitada por outras mães que desejavam alcançar do Santo a protecção dos seus filhos. No século XIV, em França, conhecem-se fórmulas litúrgicas de bênção de trigo, para oferecer em quantidade igual ao peso das crianças que se pretendiam pôr sob a protecção de Santo António.
[17] Relativamente às coisas perdidas, existem várias explicações, entre as quais se enquadram os dois casos relatados no «Livro dos Milagres»: o cálice de vidro partido e refeito pelo Santo e o Saltério roubado e restituído ao Santo pelo ladrão: «Certa noite, um noviço fugiu do convento levando consigo o Saltério que António usava para suas orações e cursos. O estranho é que o diabo em pessoa tolheu-lhe o passo em plena noite, e o obrigou a voltar para devolver o objecto roubado ao proprietário»
http://capuchinhos.org/franciscanismo/franciscanismo-santo-antonio/245-sto-antonio-na-religiosidade-popular
[20] Conta-se que uma donzela não dispunha do dote para casar-se e, confiante, recorreu a Santo António. Das mãos da imagem do Santo teria caído então um papel com um recado a um prestamista da cidade, pedindo-lhe que entregasse à moça as moedas de prata correspondentes ao peso do papel. O prestamista obedeceu e pôs o papel num dos pratos da balança, colocando no outro as moedas. Os pratos só se equilibraram quando havia moedas suficientes para pagar o dote.
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